segunda-feira, 29 de março de 2010

ESPETÁCULO

FÉ É EMOÇÃO NA ENCENAÇÃO DA PAIXÃO DE CRISTO
Espetáculo acontece na próxima quinta-feira (1º) no Estádio Luiz Leoni

Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição 27/03/2010

A emoção e o reavivamento da fé prometem ser os ingredientes principais de um grande espetáculo cênico que a Secretaria de Turismo e Cultura de Videira, apresenta para a comunidade na próxima quinta-feira (1º de abril). O espetáculo com a encenação da Paixão de Cristo,vai acontecer ao ar livre, a partir das 20h30, no Estádio Luiz Leoni. A entrada do público será gratuita e a expectativa dos organizadores é reunir centenas de pessoas. 

A produção desenvolvida através de uma parceria entre os grupos teatrais De Malas Prontas de Videira e Temporá de Caçador vai envolver cerca de 30 atores principais e mais de 120 figurantes. “Nossa intenção ao promover este evento é valorizar os talentos locais e a integração regional, além disso, há vários anos Videira não assiste um espetáculo deste porte , por isso nos articulamos para oferecer uma apresentação que será marcada pela fé e cultura”, disse o secretário de Turismo e Cultura – Clemir Schmitt.

Segundo o diretor do espetáculo – Kleber Ribeiro, que também é o responsável pela adaptação do texto, a apresentação terá duração de pouco mais de uma hora. Um vídeo narrando a criação do mundo dará o ponta pé inicial do espetáculo, que vai mesclar teatro e dança, dramatizando passagens bíblicas abordando o domingo de ramos, o lava pés, a última ceia, a via crucis, a crucificação e a ascensão. “Queremos surpreender os espectadores que comparecerem ao Estádio. Vamos apresentar não somente uma peça teatral, mas também uma produção envolvendo iluminação, som, animais e dança e, isso nos permite valorizar vários profissionais da cidade”, aponta o diretor, destacando a participação da coreógrafa Marcelize Paz.

Para que tudo esteja pronto até o dia da apresentação, grande parte do elenco e integrantes da comunidade também trabalham na confecção do figurino e do cenário que será montado no gramado do Estádio Luiz Leoni. É em uma sala embaixo das arquibancadas do próprio estádio que todos colocam a mão na massa. “Está sendo cansativo, mas essa é uma grande experiência, que temos certeza resultará em um grande espetáculo”, destaca Cristiane Zimmermann, integrante do Grupo de Malas Prontas, que representará Maria, a mãe de Jesus, na produção.

UM ESPETÁCULO PARA A FAMÍLIA VIDEIRENSE

A equipe de produção do espetáculo faz questão de frisar que a encenação da paixão de Cristo não levanta a bandeira de nenhuma religião e será apresentada com a intenção de reunir as famílias para um momento de fé e lazer. Prova disso é que a professora de Educação Infantil - Mirian Giradi, que no espetáculo fará o papel de Maria Madalena, é frequentadora ,na vida real, da Igreja Assembléia de Deus. “Faço parte do grupo de teatro da Igreja e estou encantada com a oportunidade de contar a história de Jesus, para todos os videirenses”, diz.

Diferente de Mirian os intérpretes de Jesus Cristo e do apóstolo Pedro, são católicos. O servidor público Adriano Zuffo, que fará o papel de Pedro, vai aproveitar a experiência do teatro, do tempo de seminarista, para compor o personagem. Já o ator Adilson Panatta, acumula sete anos de experiência no papel de Jesus Cristo, no Grupo Temporá de Caçador. “É uma honra participar da encenação em Videira, pois isso mostra que não existe fronteiras para a cultura. Aproveito para convidar toda a comunidade a assistir, porque pela experiência que tenho posso afirmar que será um espetáculo muito emocionante, movido pela fé”,diz Panatta.

Interessados em fazer parte do espetáculo ainda podem participar. Neste sábado (27), as 16 horas, o grupo realiza o primeiro ensaio geral, no gramado do Estádio Luiz Leoni. “Ainda faltam alguns figurantes, por isso pedimos que os interessados venham até o estádio neste sábado e nos ajudem a fazer este grande espetáculo”, convida o diretor Kléber Ribeiro.

SERVIÇO
O que: Espetáculo Cênico A Paixão de Cristo
Quando: Quinta-feira – 1º de abril
Onde: Estádio Municipal Luiz Leoni
Hora: 20h30
Entrada gratuita


LEGENDA FOTO GERAL: Figurinos e cenários estão sendo montados no Estádio Luiz Leoni
LEGENDA PANATTA: Panatta interpreta Jesus Cristo há sete anos

SAÚDE

MÚSCULOS EM FORMA NA TERCEIRA IDADE
Atividade física regular garante qualidade e o prolongamento da vida


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição 20/03/2010


É fato. A obesidade vem se afirmando como um dos maiores vilões da sociedade moderna. Segundo especialistas, o aumento do sobrepeso se dá até, aproximadamente, os 60 anos. A partir daí, o peso geralmente se estabiliza e o que se vê uma tendência inversa. Os idosos começam a perder peso e a massa muscular, que é uma estrutura vital que sustenta e ajuda no equilíbrio do corpo humano.

A perda de massa muscular pode afetar todos os grupos musculares do corpo, reduzindo a força contrátil desempenhada por eles, o que provoca perda da estabilidade, insegurança ao caminhar, quedas, dificuldades para expandir a caixa torácica e para respirar amplamente ou tossir. Neste contexto, a falta de atividade física, que ocorre progressivamente com o avançar da idade é, certamente, um fator determinante para a regressão muscular. "Não há dúvida que a prática regular de atividade física, desde jovem, lentifica a perda muscular do idoso", observa o professor de Educação Física – Chico, da Academia Planeta Água.

Para atingir o objetivo de preservar a massa muscular após os 60 anos de idade, é recomendada a prática regular de atividade física, com uma frequência mínima de três vezes por semana. As modalidades benéficas são musculação, caminhadas, natação, hidroginástica e atividades lúdicas, como a dança e os jogos coletivos. “Acredito que os melhores resultados são obtidos com a prática de natação ou hidroginástica, pois essas atividades tem baixo nível de impacto e facilitam a movimentação e a realização dos exercícios, para os idosos”, diz Chico.

De acordo com o professor, além de colaborar com a manutenção da massa magra, essas atividades favorecem um melhor desempenho cardiovascular e uma melhor sociabilização do idoso. “Felizmente há muita informação à disposição e a população está se conscientizando sobre a importância das atividades físicas. Aqui na academia pelo menos 40% dos alunos estão acima dos 45 anos. Minha aluna mais velha tem 88 anos e os mais novos apenas dois aninhos”.

SETE DÉCADAS DE MUITA DISPOSIÇÃO

Quem vê a simpatia e a disposição da aposentada Sonia Skalee Huf, não imagina que ela tenha completado recentemente 71 anos de idade. Dentro da piscina fica ainda mais difícil acreditar que a senhora já vive há mais de sete décadas. Três vezes por semana, faça chuva ou faça sol, ela participa das aulas de natação e com a disposição de uma jovem, percorre uma distância de 1.200 metros em cada aula.

A rotina dos exercícios acontece há exatos 21 anos. E ela orgulha-se em dizer que não tem nem celulite e nem estrias. O único remédio que toma é para controlar o colesterol, pois o coração e a pressão arterial estão impecáveis. “Sempre fui muito ativa. Quando criança nadava no Rio do Peixe, na escola brigava para ser monitora nas aulas de Educação Física e adorava os 7 de Setembro para marchar. Minha maior decepção foi em 1954, quando em 24 de agosto, Getúlio Vargas se suicidou e o desfile para o qual nos preparávamos foi cancelado”, brinca.

Mãe de dois filhos e avó de três netos, Sonia, aposta nos dias repletos de atividades para se manter disposta. Além das aulas de natação ela participa dos corais Municipal e da Igreja Luterana do Brasil, onde também é tesoureira e da Sociedade Amigos do Museu do Vinho (Samuvi). Em casa faz bordados, lê revistas, jornais e livros e ainda participa do Projeto Idade Ativa, da Unoesc. Lá ela tem aulas de artesanato, noções de nutrição, ecologia e aprende computação. “Também tem várias viagens e isso é excelente porque conhecemos gente e lugares novos”, comemora.

Para Chico, professor da Academia onde Sonia frequenta, a senhora é um exemplo de vitalidade e de condicionamento físico. Ele explica que não é à toa que os “check ups” que ela faz anualmente, são sempre positivos. “A Sonia tem índice de massa corporal, condizente com uma pessoa de 45, 50 anos”, elogia, alertando sobre a importância da atividade física estar associada a uma dieta alimentar saudável. “Afinal, somos tudo aquilo que fazemos e comemos”, conclui.



LEGENDA FOTO GERAL: Baixo impacto da natação e da hidroginástica atrai os idosos
LEGENDA SONIA: Sonia nada 3.600 metros por semana

COMPORTAMENTO

A SOBREVIVÊNCIA DAS LOCADORAS DE VÍDEOS
Na luta contra a pirataria e às novas tecnologias, locadoras continuam firmes e com clientela fiel

Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição 27/03/2010


Locadoras de vídeos fizeram, e ainda fazem, parte da vida de muita gente. Verdadeira febre nos anos 80 e 90, o modelo de negócio atingiu o seu ápice com a adoção do DVD em substituição às pesadas fitas VHS. Mas aí a TV por assinatura tomou impulso, a Internet chegou e se consolidou, inventaram as copiadoras de DVDs, a pirataria se espalhou como praga, o cinema chegou a cidade e todo mundo achou que o fim das locadoras estava decretado. Mas, não foi isso que aconteceu. Elas continuam firmes e com clientela fiel, garantida.

Segundo Jéssica Possato – atendente da Center Vídeo, quem gosta da tranquilidade de casa, de poder parar o filme a hora que quiser, ou quem quer economizar, não deixa de frequentar as locadoras. Só na Center Vídeo da Saul Brandalise, todos os meses, cerca de quatro mil filmes são locados. As quartas-feiras quando o cliente paga uma locação e leva duas e, os domingos, são os dias de maior movimento, podendo atingir mais 300 locações diárias. “Pagando apenas R$ 5,00 pela locação, toda a família pode assistir o filme, além disso, tem a diversidade de títulos. Só nesta loja temos mais de 5.600 filmes”, diz a funcionária.

Gêneros como ação, suspense, aventura e comédia, são os recordistas de locação. O motivo está no perfil dos clientes, que é formado, na grande maioria por homens. “Não saberia dizer porque a maioria dos clientes é de homens, mas sem dúvida eles são os que mais vem à locadora”.


UNINDO O UTIL AO AGRADÁVEL

O sonho de trabalhar em um local, onde se pode assistir, antes de todo mundo, os últimos filmes lançados, também continua povoando a cabeça de muita gente. Assim como Jéssica Possato, a jovem Andressa de Paula, de 18 anos,também faz parte do seleto grupo dos privilegiados. As duas trabalham juntas na Center Vídeo. Jessica já trabalha como atendente da locadora há 4 anos.Este foi o primeiro emprego dela e neste período a moça já assistiu cerca de 1.500 filmes.“Eu já gostava de filmes, mas com o trabalho na locadora, passei a unir o útil ao agradável, pois tenho que assistir para poder indicar aos clientes e ao mesmo tempo me divirto”, comemora.

Entre os gêneros preferidos de Jéssica estão filmes de comédia, aventura e romance. Ela é a responsável por dar dicas aos clientes sobre estes tipos de filme. “Se eu tivesse que indicar alguns filmes que todos deveriam assistir, seriam os romances “Antes que termine o dia” e “Diário de uma paixão”. Ambos são lindos e inesquecíveis”, diz.

Para Andressa, a oportunidade de trabalhar como atendente de locadora surgiu por acaso, há pouco mais de um ano. A jovem era funcionária de uma padaria, localizada ao lado da locadora. Quando a vaga surgiu, não hesitou. “Eu assistia filmes esporadicamente, mas achava bacana esse trabalho, afinal quem não quer assistir os lançamentos, antes que todo mundo?”, questiona a moça, que em um ano e três meses, assistiu 656 filmes.

Diferente de Jéssica, Andressa adora suspense e terror. Quando o cliente pede dicas desses dois gêneros ela é especialista. “As comédias também me agradam, tanto que o cliente que me pedir uma dica hoje, receberá a do filme “Se beber, não dirija”, é hilário e indispensável”.

Mas quem acha que a profissão das duas moças é só alegria, se engana. Segundo elas, os horários e o trabalho em feriados e fins de semana, tiram um pouco do “glamour”. “Com certeza é bacana assistir aos filmes em primeira mão, no entanto, essa iniciativa faz parte do nosso trabalho, além disso, enquanto todo mundo está tranqüilo, no sofá de casa, comendo pipoca e assistindo filme, nós estamos trabalhando”, brincam as atendentes.


LEGENDA FOTO: Jessica e Andressa: Elas alugam mais de 4 mil filmes por mês



quarta-feira, 17 de março de 2010

PERSEVERANÇA

O SONHO DE AJUDAR FAZER JUSTIÇA
A história de 3 irmãos, filhos de um presidiário, que perseguiram o sonho de serem advogados


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição:13/03/2010
Uma vida traçada por perdas, preconceitos, oportunidades e superação. Estes são os ingredientes principais da história de uma família de advogados de Videira. João, de 44 anos, Danilo, de 36 anos e Zeli do Prado de 32 anos, têm mais cinco irmãos, mas chamaram para si o desejo e a obrigação de sempre buscar a justiça.
O motivo para isso, eles encontraram dentro de casa.

Na década de 70, o pai se envolveu em uma briga e acabou cometendo um homicídio. Foi condenado há 16 anos de prisão e durante todo este período, João, o filho mais velho, acompanhava a mãe na busca dos direitos do pai. “Não tínhamos dinheiro para pagar um advogado, mas minha mãe, embora sem estudos, era muito esperta. Nos colocava embaixo do braço e íamos todos falar com o juiz. Com isso, ela conseguia benefícios como a remissão da pena, saída temporária, progressão do regime, e até a transferência de prisão, já que meu pai cumpriu pena em Videira e Chapecó”, relembra João.

O primeiro a se formar foi João, há 12 anos. Ele se orgulha em dizer que faz parte da segunda turma de Direito da Unoesc Videira. Na espera por realizar o sonho de advogar, trabalhou como lavador de carros e gerente financeiro de uma cooperativa. Quando o curso abriu na cidade, correu se inscrever para o vestibular. Não passou na primeira tentativa, mas no ano seguinte já estava freqüentando as aulas. Formado, tirou nota 9,0 considerada uma das notas mais altas do exame da OAB em Videira, na época. “Eu achava que meu pai tinha sido injustiçado por não ter dinheiro para pagar um advogado, por isso persegui tanto este sonho”, relembra.

Em 2001, depois de atuar como cortador de lenha, ajudante de pintor e policial militar, o irmão de João, Danilo do Prado, que também havia prestado o vestibular para a primeira turma de Direito de Videira e não havia passado, resolveu retomar o sonho. Entrou para a Universidade e se formou em 2006. Zeli que trabalhava no setor de produção da Perdigão,seguiu o mesmo caminho. Em 2008, também se tornou Bacharel em Direito. “Nosso desejo de atuar no direito tem muito a ver com a história do meu pai, mas não podemos deixar de destacar o incentivo constante de minha mãe. Ela comemorava nossas conquistas, fazia questão de assistir aos júris, que atuávamos”, diz Danilo, explicando que a mãe – Maria Inoema do Prado, morreu em 2007.

DIFICULDADES CONTINUARAM DEPOIS DE FORMADOS

Quem vê os irmãos João, Danilo e Zeli do Prado, bem instalados em um escritório no bairro Alvorada, não imagina o longo caminho que percorreram até se estabelecerem. João, o primeiro a se formar, conta que, por causa do preconceito, após formado não conseguia estágio em nenhum escritório. 

A oportunidade veio através do empresário e também advogado – Gilberto Zarpellon, que abriu as portas e mais tarde deixou o escritório inteiro para que João tomasse conta. “Sou eternamente grato ao Gilberto Zarpelon. Essa é uma história que me emociona, porque cresci em uma família que foi alvo constante de preconceito, seja pelo histórico da prisão do meu pai, ou pela pobreza, então quando alguém te estende a mão, você nunca esquece”, diz João com os olhos marejados.

PRECONCEITO CONTRA EX-DETENTOS DEVE SER REAVALIADO

Atitudes como a do empresário Gilberto Zarpellon também fazem parte do cotidiano da família Prado. João e Danilo que advogam e Zeli Bacharel em direito, trabalham, como eles gostam de dizer, com advocacia popular.Atuam nas áreas trabalhista, civil e criminal, onde levantam a bandeira de oportunizar a reinserção na sociedade e no mercado de trabalho, de ex- detentos. “Graças a Deus, minha mãe conheceu famílias de Videira que não tinham preconceito e deram emprego à ela, o que permitiu que nos criasse. O mesmo aconteceu com meu pai, quando acabou a pena e, é isso que gostaríamos de ver na sociedade atual”, conta Danilo, apontando as famílias Carboni, Fernandes, Zanin, Basso, Espig, Micheloto, Beins, Pasqual e Mioto, entre as que ajudaram os pais.

Os advogados explicam que um levantamento aponta que o índice de reincidência, para ex-presidiários sem oportunidade de ingressar no mercado de trabalho varia entre 60% a 70%. Para reverter essa situação, alguns Projetos de Lei que estabelecem incentivos fiscais para empresas que contratarem ex-presidiários, já estão em tramitação em alguns estados, no entanto, eles acreditam que a iniciativa privada pode se antecipar e contribuir para melhorar esse cenário. “Toda a sociedade perde com a falta de oportunidade ao ex-detento, porque ele vai reincidir e pode influenciar na conduta de seus filhos, por isso, acreditamos que as empresas podem fazer uma avaliação de cada caso, antes de simplesmente fechar as portas”.

LEGENDA FOTO: Irmãos defendem a bandeira da reinserção de ex-detentos na sociedade

COTIDIANO

VENDENDO ALEGRIA

Dos pomares de maçã para o comércio ambulante de algodão doce, o vendedor Jean Carlos Limeira esbanja talento

Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição:13/03/2010


O assobio do sorveteiro, as cores do algodão doce e o aroma da pipoca nos carrinhos do ambulante fazem parte do cenário de qualquer cidade. Com ofícios simples, eles ganham a vida nas ruas, de porta em porta, nas saídas de escolas, nas entradas de festas. A maioria ingressou no ofício como alternativa ao desemprego, mas o tempo passa e eles continuam firmes, na luta diária pela sobrevivência. Para chamar a atenção dos fregueses,usam criatividade e alegria ou apelam para as buzinas, garantindo que sejam ouvidos.

Andando por aí, fica fácil perceber a quantidade de pessoas que leva a vida na informalidade, batalhando pelas oportunidades. Diferente do que se poderia imaginar, muitas delas são pessoas animadas, felizes, que aceitaram e superaram suas dificuldades. É o caso do vendedor de algodão doce e maçã do amor, Jean Carlos Limeira, que é morador de Fraiburgo, mas pelo menos uma vez por semana marca presença nas ruas de Videira. “Fiz um cronograma que me leva cada dia para uma cidade da região. Pego o primeiro ônibus do dia e só retorno para casa no último, assim garanto o sustento da família”, conta o simpático vendedor, que fica antenado nos eventos de fim de semana para intensificar as vendas.

TALENTO NATO

Ainda que passando longe das aulas de Administração de Empresas ou Marketing, o vendedor de algodão doce, que só cursou até a 3ª série primária, entende de atendimento ao cliente, possui técnicas de fidelização e manja de planejamento e posicionamento de seu negócio. Atende a todos com educação e um belo sorriso no rosto. “Tanto o algodão doce, quanto a maçã do amor, tem gosto de infância, por isso, dificilmente as crianças resistem. No entanto, para agregar valor ao meu negócio, passei a dar uma máscara de personagens infantis, para quem compra algodão doce. As vendas só cresceram”, conta ele.

A venda do doce que faz parte do imaginário infantil, surgiu na vida de Jean, há cerca de 15 anos. Nos fins de semana, quando tinha folga no trabalho de colheita de maçã, ajudava um amigo a vender algodão doce. Aos poucos foi criando a própria clientela e viu no negócio informal,a chance de escapar do trabalho pesado e cansativo. “Além disso, percebi que poderia ganhar mais do que na colheita e só dependeria do meu esforço. Então criei coragem e optei em ter meu próprio negócio”.

Para incrementar as vendas, durante a visita em um circo, há cerca de 5 anos, Jean fez amizade com vendedores de maçã do amor e em troca ganhou a receita da fruta caramelizada. De lá pra cá também incluiu o produto, no mastro que carrega sobre os ombros e tem contabilizado mais ganhos.

Com a ajuda da mulher, que trabalha em um frigorífico, mas o acompanha nos fins de semana, a família chega a vender cerca 1.200 algodões doce e 800 maçãs do amor, por mês. Os preços variam: durante a semana ele cobra R$ 1,50 para os dois produtos e durante festas e fins de semana, o preço sobe para R$ 2,00. “Não posso reclamar, pois embora seja cansativo, também é compensador. Esse trabalho está me ajudando a manter minha família e a criar meus dois filhos”, diz.

CARGA TRIUTÁRIA ESTIMULA A INFORMALIDADE

Os principais motivos apontados pelos economistas como responsáveis pela crescente taxa da informalidade são a alta carga tributária e a grande competitividade no mercado de trabalho.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apenas 46,6% dos trabalhadores estão contratados seguindo as leis trabalhistas. Isso quer dizer que 53,4% não têm acesso aos benefícios essenciais que os contratos com carteira assinada oferecem,como auxílio doença, aposentadoria e férias. Foi pensando nisso que o vendedor de algodão doce começou a planejar o futuro. Ele explica que já deu entrada em um processo para participar do Programa Micro Empreendedor (MEI) Individual, criado no ano passado pelo governo federal. Nele, trabalhadores como Jean, que tem seu meio de vida ainda na clandestinidade e sem poder comercializar seus produtos e serviços junto aos órgãos públicos, vai ganhar uma chance de ficar na legalidade, ter acesso a nota fiscal e melhorar o faturamento. “Pagarei cerca de R$ 51,00 por mês e terei direitos como a aposentadoria e auxílio doença garantidos. É tranqüilidade para mim e para minha família”.


LEGENDA FOTO: Há 15 anos Jean percorre cidades da região vendendo algodão doce

sexta-feira, 12 de março de 2010

TRADIÇÃO

DE PAI PARA FILHOS
Com mais de meio século de experiência em chapeação, Alberto Posanski divide a tradição com os filhos

SilviaPalma
Para Jornal Folha de Videira
Edição: 06/03/2010

Família que trabalha unida, permanece unida! O dito popular é antigo, mas ainda é muito atual quando se trata da família Posanski de Videira. Na Chapeação,localizada no bairro Alvorada , o cliente sempre será atendido por um Posanski, seja pelo patriarca – Alberto ou por um dos filhos dele: Marcelo ou Eduardo. “Em família trabalhamos com mais empenho e as cobranças também são maiores, pois trata-se do nosso negócio e todos queremos ver resultados”, aponta Marcelo, o filho mais velho, que gerencia a oficina.

O pai dos rapazes, Alberto Posanski, tem 71 anos, mas nem pensa em parar de trabalhar. Diariamente ele cumpre uma jornada de cerca de 8 horas e meia de trabalho, ao lado dos filhos. No local eles fazem serviços de chapeação e pintura de carros nacionais e importados, além da restauração de veículos antigos. Na vida dos rapazes, o ofício virou trabalho profissional há pouco tempo, mas seu Alberto já acumula 55 anos de experiência. “Comecei a trabalhar como chapeador em 1955. Nessa época atuei na Mecância Atlas, depois, na década de 60, na antiga Auto Videira (representante da Wyllys – hoje Ford) e na AMG Chevrolet, entre outras empresas. Então, em 1970 resolvi abrir meu próprio negócio e lá se vão 40 anos”, contabiliza.

O passado de muito trabalho é motivo de saudades para o chapeador, mas a tecnologia e as ferramentas atuais são reverenciadas por tornar a atividade menos desgastante. Ao longo dessas cinco décadas e meia de trabalho, seu Alberto orgulha-se em dizer que criou e educou três filhos: Marcelo e Patrícia que se formaram em Administração e são pós- graduados e Eduardo que atuou em uma agroindústria, mas optou por se juntar ao pai e ao irmão para dar continuidade a tradição familiar. “Meu pai não queria me deixar trabalhar na oficina, pois achava um trabalho muito pesado. Assim como o Marcelo que trabalhou na área administrativa de algumas empresas, eu acabei trabalhando na Perdigão, mas há dois anos resolvi me juntar à eles e ajudar no negócio da família. Estou feliz com a escolha que fiz”, aponta.

INCÊNDIO UNIU AINDA MAIS A FAMÍLIA

O dia 20 de fevereiro de 2009, é uma data marcante na memória da Família Posanski. Eles almoçavam quando receberam a notícia de que a oficina estava em chamas. Até hoje, não sabem ao certo o que provocou o fogo, mas todos têm nítida na memória a imagem da destruição. “Foi muito triste ver parte da história da minha família destruída. Infelizmente, quando chegamos não havia mais nada o que fazer”, lamenta seu Alberto.

No incêndio desde a estrutura física, até ferramentas foram destruídas. O fogo não poupou nem os três carros de clientes, que a família restaurava e estava prestes a entregar. “Dois veículos estavam praticamente concluídos e o terceiro estava pela metade. Todos foram destruídos”, relembra Marcelo.

Neste momento, a união da família fez toda a diferença. Com trabalho e empenho eles reconstruíram e reequiparam a oficina e algum tempo depois já estavam trabalhando novamente. Nas mãos dos Posanski, carros atuais batidos ou arranhados são recuperados e veículos antigos são cuidadosamente restaurados. “Deixamos esses veículos antigos com traços e características originais, como quando saíram da fábrica. É um trabalho muito minucioso que nos dá muito orgulho”, diz Eduardo, apontando a restauração de um Ford T (1929) e uma Pick Up (1952) – americanos, além de diversos fuscas alemães da década de 50, como exemplos do trabalho que eles já executaram.

SERVIÇO
A Chapeação Posanski fica na Rua Alberto Zoller – 180 – Próxima a Delegacia Regional – Telefone: 3533-0685

AINDA DÁ TEMPO

APROVEITE AS LIQUIDAÇOES DE VERÃO
Mudança de estação oferece descontos de até 70% para roupas, calçados e acessórios

Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição: 06/03/2010



Toda mulher adora uma liquidação e para o deleite delas os meses de fevereiro e março que antecedem a troca de estação para o outono, são marcados pelas queimas de verão. Primeiro para as lojas renovarem o estoque, segundo, porque as promoções são uma maneira de atrair mais clientes. Em Videira, várias lojas estampam nas vitrines cartazes e letreiros chamativos. Os descontos podem variar de 20% até 70% para roupas, calçados e acessórios que fizeram sucesso na estação mais quente do ano. “As coleções podem mudar muito de um ano para o outro, por isso, as liquidações se transformam em oportunidade para os lojistas venderem essas mercadorias e para os consumidores que podem encontrar preços bem acessíveis”, aponta a gerente da Lorenci – Luciane Drehmer.

A engenheira agrônoma Rosana Kokuszka é uma consumidora atenta à essas oportunidades. Na última semana ela aproveitou a promoção de verão para arrematar peças que “namorava”, há tempos, mas que estavam com o preço alto demais. “Comprei três blusas e uma bolsa com descontos que variaram de 30% a 50%. Se fosse pagar o valor normal teria gasto R$ 986,00, mas com a promoção levei tudo por R$ 644,00 e, economizei quase R$ 350,00”, diz ela, que elegeu a bolsa como o grande negócio das compras. “Só na bolsa economizei quase R$ 200,00”, comemora.

Rosana conta que apostou na compra de peças que ela poderá usar até o fim da estação e também no próximo ano. No entanto, a engenheira confessa que nem sempre analisa com tanto cuidado as promoções. “Muitas vezes ajo por impulso e acabo me arrependendo. Já comprei coisas que eram moda na época, mas que depois ficaram desatualizadas”.
Para não correr o risco de comprar peças que você não vai usar mais tarde, é bom seguir algumas dicas.

ANALISE A OPORTUNIDADE

• Faça pesquisa de preço para verificar se não se trata de “falsa liquidação”, o que acontece com mais freqüência do que se pode imaginar.
• Pesquise os preços em vários estabelecimentos e defina, em casa, o que deve ser comprado. Um bom aliado disso são os anúncios em jornais, rádios ou TV.
• Não compre por impulso, só porque é barato e está em liquidação. A mercadoria pode não ter utilidade para você.
• Não tenha pressa na compra em liquidação, para poder avaliar e escolher com cuidado os produtos. Prefira modelos mais clássicos e cores neutras.
• Tenha cuidado redobrado com o estado das mercadorias, principalmente aquelas em exposição. Lembre-se que não poderá trocar, por isso, confira se não há defeitos que comprometam a utilização.

ACERTE NAS ESCOLHAS

Camiseta com estampa de natureza e laços
Laços, Insetos, pássaros, e outros bichos estão em alta, principalmente nos acessórios. As camisetas básicas, claro, também são uma boa pedida!

Camisa masculina
Peças de alfaiataria e camisas que parecem ter saído do guarda-roupa do seu namorado ou marido ainda sobreviverão a algumas estações!

Minissaia, Calças e Jaquetas jeans
São sempre uma boa compra.

Bolsas Pretas
Sempre úteis, as bolsas pretas são o melhor investimento em se tratando de promoção.

Acessórios
Cintos, colares e pulseiras podem ser coordenados em outras estações

FRANCISCO KARAN

PRESTES A COMPLETAR 91 ANOS ELE AINDA ESTÁ NA ATIVA
Pioneiro na medicina do Estado, Karam acompanhou a evolução do setor no município

Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição: 27/02/2010

O especialista em radiologia Francisco Karam é uma das pessoas que viveu o crescimento de Videira. No próximo dia 5 de março, o médico completa 91 anos, de uma vida inteira dedicada à medicina. Mais de meio século, ou seja, 51, desses anos de trabalho foram realizados em Videira. Neste tempo, ele pôde acompanhar os primórdios, a descoberta das vacinas e das novas tecnologias, que hoje permitem um diagnóstico quase perfeito dos pacientes. Reconhecido como uma das mais importantes autoridades médicas do Estado, ele continua trabalhando em seu consultório em Videira, atendendo seus pacientes, que o próprio diz ser sua maior razão de vida. 
O espírito aventureiro foi o principal responsável pela vinda do médico Francisco Karam para as regiões interioranas, num tempo em que não haviam equipamentos de diagnóstico e a vida das pessoas eram colocadas nas mãos do profissional. No ano de 1943 depois de ter concluído a faculdade de Medicina na atual Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS), o quarto filho de um casal de libaneses, com 24 anos de idade, se aventurava por regiões insólitas e desprovidas de qualquer ornamento médico, com o objetivo de clinicar para as comunidades que ficavam longe de tudo e a mercê das doenças. 
        
Depois de formado, Karam trabalhou por dois anos na cidade de Tupandi(RS), até que resolveu conhecer esta região catarinense. Originalmente, seu destino era a cidade de Caçador, mas ele acabou optando por ir trabalhar em Arroio Trinta. Na cidade vizinha permaneceu por 16 anos, até que em 1959, decidiu mudar-se para Videira, cidade que ainda vive. Aos 90 anos de idade o médico ainda hoje se dedica à profissão que escolheu. “Eu só sei fazer isso e não vou parar. Estou sem fortuna, mas realizado. Diminui o ritmo, mas não viveria sem atender meus pacientes”, diz. 


O espírito pioneiro do médico teve seu preço. Depois de estudar e fazer exercícios práticos na faculdade, Karam se viu disposto no interior, onde a aparelhagem médica era escassa e as dificuldades tão grandes quanto as distâncias que ele às vezes precisava percorrer para atender os pacientes. “Era um tempo difícil. Não tinha hospitais, luz elétrica, condução ou estradas. Tinha que ter muita vontade para ser médico no interior”.


Karam atendia os chamados dos pacientes a  cavalo, muitas vezes na chuva e a noite. "Logo depois que cheguei em Arroio Trinta, que era um distrito de Videira, comprei um cavalo que foi meu companheiro por longos anos. Naquele tempo não se tinha alternativa. Ou era a cavalo, pelas picadas abertas no mato, ou a pé. Anos mais tarde, quando começaram a ser abertas estradas, passei a atender de jipe. Mas já fui para as casas dos pacientes de carona em caminhões de comerciantes, de barco, atravessando o rio XV de Novembro. Nunca me neguei a atender ninguém, porque sabia que precisavam de um médico”, recorda.


VIDEIRA SÓ TINHA DOIS MÉDICOS


A vinda do médico Francisco Karam  para Videira se deu em 1959, a convite do amigo, Valdemar Mozzaquatro. Aqui Karam atuava na área de medicina geral. "Naquele tempo os médicos eram poucos e tinham que atuar em praticamente todas as áreas".
         
Ele diz que só existia mais um médico no Hospital Divino Salvador, Pelágio Parigot de Souza, que foi prefeito do município. "Era muito trabalhoso. Por ser conhecido por praticamente toda a população, tinha que clinicar dia e noite", diz.
        
No início dos anos 60, não existia o INPS (hoje INSS), e sim Institutos para classes trabalhistas, que foram englobados posteriormente pela instituição governamental. O médico explica que com o advento do INPS, foram convidados mais médicos para vir a Videira. Com isso, a quantidade de médicos no município foi aumentando, fazendo que o município tenha profissionais de quase todas as especialidadese hospitais cada vez mais aparelhados.
  
MEMÓRIAS REGISTRADAS

Peculiaridades desta vida ele conta no seu segundo livro: “Memórias de um médico do Interior”, lançado em 1999 e que traz experiências vividas por ele e seus pacientes, nas décadas de 40 e 50. Karan é membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia. Também escreveu artigos médicos publicados nas décadas de 40 e 50 nas revistas "O Hospital" e “Revista Brasileira de Medicina”, ambas editadas no Rio de Janeiro. Ainda na década de 50, escreveu o livro "Pedra Branca", publicado em 1993, com o pseudônimo de Yussef Almanara. Tem produzido inúmeros artigos sobre vida e medicina, publicados em diversos jornais.


O médico recebeu várias homenagens em sua carreira como uma do consulado da Áustria, pelos 50 anos de atuação na medicina e o Jubilado de Ouro do Conselho Regional de Medicina. Ele também é Cidadão Emérito de Videira, desde 1989.

VOLTA ÀS AULAS

CRIANÇAS PODEM TER DIFICULDADES DE ADAPTAÇÃO
Período requer atenção dos pais e da escola para que os pequenos superem o desconforto


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição 19/02/2010


A volta às aulas ou o primeiro dia de aula na vida de uma criança é uma data especial. Família e escola ficam em clima de comemoração e de ansiedade. É o início da inserção da criança num novo e importante núcleo social. As crianças reencontram os colegas, fazem novas amizades, conhecem os professores, vêm cheias de novidades para contar. Para os novos pequenos alunos, é um dia em que começam a descobrir um mundo novo.

Tantas mudanças podem causar uma série de problemas tanto para pais, quanto para os alunos. Por isso, o segredo para uma volta às aulas sem traumas, é ir se adaptando aos poucos, garante Patrícia Marafon Bogoni - coordenadora pedagógica da Educação Infantil, na Escola Comecinho de Vida. “Na matrícula, já convidamos os pais para trazerem os filhos e juntos eles podem conhecer o ambiente da escola e o conteúdo pedagógico, além de dirimir dúvidas. Desta forma, a criança já vai se adaptando com a idéia de freqüentar as aulas e conhecer novos amigos”, explica.

Segundo ela, a dificuldade de adaptação é sentida mais entre os alunos menores de 3 anos. Ainda assim, dos 92 alunos matriculados na Educação Infantil da Comecinho de Vida, menos de 10% apresentaram algum tipo de resistência. “Vivemos em uma época mais evoluída, pois as crianças têm acesso à internet, assistem programas produzidos especialmente para elas e podem participar ativamente das conversas dos adultos, diferente da nossa época e, isso, com certeza influencia na facilidade de socialização”, afirma.

Para a coordenadora pedagógica, não são só os pais que precisam bolar uma estratégia de adaptação. As escolas também têm essa preocupação. Ela explica que o desafio é lidar com tipos diferentes de alunos. Há aqueles que sentem dificuldades de acordar cedo, seguir horários rígidos e até ficar longe dos pais, como é o caso dos mais pequenos. Mas também é muito comum que algumas crianças cheguem muito agitadas à escola. “Nas férias, elas brincam muito e acabam trazendo essa energia toda para a escola. Muitas vezes, temos que estimular algumas e tentar acalmar outras”, conta.

FERNANDA DRIBLOU AS DIFICULDADES

Se iniciar na escola já é difícil para algumas crianças, imaginem se elas tiverem que ir para aula, não apenas em uma nova escola, mas também em uma nova cidade. Foi o que aconteceu com a pequena Fernanda Taromaru Janeczek, de dois anos e oito meses. Por causa da mãe que é médica e mudou do interior de São Paulo para trabalhar em Videira, no início deste ano, a pequena teve que enfrentar várias mudanças ao mesmo tempo. Mas, diferente do que previa a mãe, Fernanda se adaptou muito rápido. “Quando ela foi a primeira vez para a escola, levou cerca de 3 meses para se adaptar e parar de chorar. Achei que corria o risco dessa história se repetir agora, mas felizmente a resistência que ela tem acaba no momento que entra na sala de aula e vê os amiguinhos”, comemora Vivian Taromaru.

Para que a menina se adaptasse com mais facilidade, Vivian fez exatamente o que os especialistas recomendam. Durante a matrícula, levou Fernanda para conhecer a estrutura da escola e foi conversando sobre o quão prazeroso seria conhecer novos amigos e professores. “Deu tão certo que já teve dia que a dificuldade foi levar ela embora da escola”, brinca.

RECOMENDAÇÕES PARA A FASE DE ADAPTAÇÃO:

1. Procure compreender o tempo da criança. Cada uma reage a seu modo. Mesmo para os alunos que já eram do Colégio, pode levar tempo para voltar a se acostumar com o cumprimento dos horários, das diferentes rotinas e do dia-a-dia em casa e na escola.

2. Transmita confiança à criança com relação à ida dela para a escola. A ansiedade, sentimento natural tanto para adultos quanto para crianças, deve ser controlada para não causar insegurança nos pequenos. 

3. Jamais diga à criança que “já volta”, se vai demorar horas para voltar. Explique o que de fato vai acontecer. Por mais sofrido que possa parecer de imediato, a criança crescerá confiante de que a palavra dos pais é sempre verdadeira.

4. Encare o choro como manifestação natural da criança, que cessa com o envolvimento nas atividades e brincadeiras proporcionadas na Escola. Essa é uma resposta social para transmitir aos adultos que ela está com medo das mudanças. Para minimizar, chegue com tempo à escola e passeie com a criança para ela conhecer melhor esse espaço. Chame atenção dela para as coisas que vê: brinquedos, murais, outras crianças, parquinhos...

5. Crianças menores ou que vêm à escola pela primeira vez podem fazer adaptação gradativa — os pais vêm buscá-las mais cedo.

6. Se a criança desejar, pode trazer um brinquedo de casa na primeira semana de aula. Nas semanas seguintes, haverá dia específico para isso.

7. A comunicação dos pais com a Escola é sempre muito importante.

DEDICAÇÃO


AJUDANDO A MANTER A CIDADE LIMPA
Trabalho da servidora Carmelinda Mariano já soma mais de duas décadas nas ruas de Videira


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição: 27/02/2010

Mais de 20 anos dedicados à limpeza da cidade. Essa é a história da funcionária pública da Prefeitura de Videira – Carmelinda Mariano de 63 anos. Atarjetória é narrada com orgulho pela senhora  que começou a prestar serviços para  município no final da década de 80, durante a gestão do prefeito Clóvis Dal Vesco. “Era contratada e mais tarde passei no concurso. Por cerca de 15 anos varri as ruas da cidade e colaborei para deixar a cidade mais bonita”, relembra a morado do bairro Vila Verde.
Há 6 anos, por causa das limitações da idade e pela ausência de mulheres no serviço pesado, dona Carmelinda foi transferida para o setor de limpeza do terminal Urbano no Centro da Cidade. As novas tarefas são desenvolvidas com dedicação pela servidora, mas ela afirma que sente saudades de circular pelas ruas. “Eu era vista com admiração por algumas pessoas, porque subia nos caminhões com outros homens, capinava,  roçava, varria e fazia o serviço de igual para igual. Era uma época de respeito, onde fiz muitos amigos”.
Com o trabalho de limpeza, Carmelinda que é separada há vários anos, criou sozinha os cinco filhos e também ajuda a criar  16 netos e 9 bisnetos. “Todos moram perto de mim. É um tal de vó daqui e vó dalí, que as vezes fico atordoada”, brinca.



VANDALISMO É A PIOR PARTE
Nos 21 anos de serviço prestados ao município, a servidora da Prefeitura lamenta que pouca coisa mudou quando o assunto é jogar lixo na rua e vandalismo com o patrimônio público. Segundo ela, depois que começou a trabalhar no Terminal Urbano se depara ainda com mais frequencia com a falta de respeito de algumas pessoas. “Tem gente que joga lixo na rua e nem se preocupa se está deixando a cidade feia ou se tá contribuindo para entupir bueiros. E piores são os vândalos que destroem vasos sanitários, portas, descargas, bancos e tudo que vêem pela frente no Terminal, durante a madrugada. Isso é um desrespeito com Videira”, protesta.

 UMA SOBREVIVENTE DA ENCHENTE DE 83
Instigada a lembrar um fato marcante durante a vida em Videira, Carmelinda Mariano não hesita: - “Ah, foi a enchente de 83. Aqueles dias mudaram nossas vidas”.

A lembrança de dona Carmelinda se refere a um dos maiores desastres climáticos que Videira já sofreu. A chuva registrada durante vários dias em julho de 1983, levou embora não apenas a maior ponte da cidade, a Aderbal Ramos da Silva, mas também dezenas de casebres instalados às margens do Rio do Peixe. Relatos da época apontam as águas do rio do Peixe subiram 10,25 metros acima do nível normal, atingiram 248 famílias e mais de 1.500 pessoas se transformaram em flagelados, do dia para a noite. Muitos perderam tudo e tiveram que recomeçar do zero, com ajuda da comunidade. 




Foi o caso da família da servidora pública, que foi retirada às pressas de casa, junto com os filhos. O local para onde foram levados, daria início a um novo bairro: a Vila Verde, onde mora até hoje. “Ajudei roçar e abrir espaço para nos abrigar. Recebemos ajuda do Exército que instalou centenas de barracas verdes, para alojar as famílias, surgindo daí o nome da Vila Verde”, explica.

A boa lembrança da época fica por conta da solidariedade dos videirenses e do empenho do poder público em ajudar os desabrigados. ‘Perdemos tudo, mas fomos tratados com solidariedade pelos videirenses que mandaram doações de roupas e de comida até que ajeitássemos nossas vidas novamente”.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SAÚDE

RAÇÃO HUMANA: A NOVA MODA PARA EMAGRECER
Mistura rica em fibras e compostos integrais promete ajudar na perda de peso


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Ediçao: 13/02/2010

Já ouviu falar em ração humana? O nome pode soar meio estranho, mas essa é a nova promessa para perda de peso rápida e tem feito a cabeça e enchido o estômago de muita gente. Feita à base de cereais integrais como aveia em flocos, linhaça, gérmen de trigo, açúcar mascavo, gergelim com casca, fibra de trigo, gelatina, leite de soja em pó, levedo de cerveja e guaraná em pó, o composto faz bem a saúde e pode ajudar na perda de peso. 

A “ração” leva à saciedade, o que faz com que seus adeptos comam menos. Por conter diferentes tipos de ingredientes ricos em fibra, também controla colesterol e triglicerídeos, aumenta a resistência orgânica, regula o intestino e ajuda na desintoxicação do organismo. 

O composto pode ser consumido com frutas, em vitaminas, em sucos, iogurte ou com leite desnatado. Para diabéticos existe a versão “light”, a qual não contem açúcar mascavo em sua formulação. Hipertensos, com sensibilidade ao guaraná, também devem retirar o ingrediente da fórmula. A dose recomendada é de duas colheres de sopa (equivalentes a 80 cal), principalmente pela manhã, quando o nosso organismo necessita de mais nutrientes.

As proprietárias da Banca do Portuga, localizada na Rua Saul Brandalise - Agueda do Amarante e Rosane Costenaro Gomes, comemoram o sucesso da mistura entre os clientes. Segundo elas, a Ração Humana é comercializada pela Banca há mais de um ano, mas nos últimos meses, em virtude da chegada do verão e da divulgação dos benefícios na mídia, a procura aumentou muito. 

Há dias em que são comercializadas cerca de 40 receitas. “Tanto mulheres, quanto homens procuram a ração. Eles vem encaminhados por amigos e também por médicos e nutricionistas. Em média os clientes relatam a perda de 8 kg no mês, mas temos uma cliente que chegou a perder 16 kg , substituindo a mistura por 2 refeições no dia”, diz Agueda.

NUTRICIONISTAS RECONHECEM O BENEFÍCIO

A nutricionista Luiza Gazzi explica que de fato a mistura é saudável e apresenta diversos benefícios como vitaminas, minerais, antioxidantes e fibras. O consumo da ração humana ajuda no emagrecimento porque tem a função de estabilização do sistema digestivo e diminui a absorção da gordura. Mas é importante destacar que a mistura tem o efeito de perda de peso, desde que sejam feitos exercícios físicos. “Na verdade nenhum alimento por si só faz milagre, há uma lista de vilões e mocinhos na alimentação. Precisa sim, haver reeducação alimentar para se conseguir perda de peso efetiva, juntamente com atividade física regular e um controle emocional”, aponta.

SUCESSO

Dois motivos podem explicar o grande sucesso da ração humana: a fórmula pode ser feita em casa e o custo de uma receita inteira é R$ 32,00, mas o cliente pode optar pela metade. Na Banca do Portuga, por exemplo, onde se vende os ingredientes a granel, os clientes também têm a receita à disposição. “Temos deixado os ingredientes já pesados e separados, dessa forma é só chegar em casa e fazer a mistura”, diz Rosane Costenaro Gomes, umas das proprietárias.


CUIDADOS

Entretanto, engana-se quem pensa que uma mistura feita só com produtos naturais não tem contra-indicação: “Não é indicado para diabéticos, por exemplo, porque a fórmula original contém açúcar mascavo. Nem para pessoas muito ansiosas, devido à presença de guaraná em pó”. Além disso, como a receita é extremamente rica em fibras é preciso aumentar a ingestão de líquidos ou a pessoa terá prisão de ventre.

CONHEÇA OS SUPER INGREDIENTES

Linhaça (100g)
 Rica em ácidos graxos essenciais (gorduras boas), como o ômega 3, sais minerais e vitaminas. Seus benefícios são de baixar os níveis de colesterol ruim no sangue, tem ação antiinflamatória, auxilia na regularização do intestino, aumenta a atividade do sistema imunológico e possui uma substância que protege contra tumores de mamas, ovários e próstata.

Aveia em flocos (250g)
Suas vitaminas, fibras, proteínas e minerais saciam a fome, melhoram o trânsito intestinal e inibem a absorção de gordura pelo organismo.

Gérmem de trigo (250g)
Contém vitaminas dos grupos A, B, D, F, K e principalmente a vitamina E que regenera os tecidos. Combate a menstruação irregular, dificuldade de crescimento e desenvolvimento, fraqueza muscular, infecções e desintoxica o organismo deixando o corpo mais disposto.

Açúcar mascavo (100g)
Extraído da cana de açúcar, contém vitaminas e sais minerais como: cálcio, ferro, magnésio e potássio.

Levedo de cerveja (50g)
Composto de vitamina complexo B, manganês, cromo e fósforo, repõe sais minerais e vitaminas, fortalecendo o sistema imunológico.

Gergelim com casca ((50g)
Possui em sua composição um óleo de ótima qualidade, além de proteínas, lecitina, vitaminas A, E, B1, B2, niacina, minerais, fibras, cálcio e ferro. Tonifica os nervos, combate dores reumáticas, tumores, ácido úrico, memória fraca, hemorróidas, gastrites, prisão de ventre, ulcera, pressão alta e é um excelente repositor de cálcio.

Guaraná em pó (50g)
A cafeína estimula o sistema nervoso central, melhorando a capacidade de raciocínio, combate o cansaço físico e mental.

Leite de soja em pó (500g)
É de fácil digestão, pouco calórico, possui menos gordura que o leite da vaca e não contém colesterol.

Fibra de trigo (500g)
O processo de moagem da película externa do trigo mantém as proteínas, fibras e ferro que aceleram o metabolismo

CINEMA


PAIXÃO PELA TELONA
Emoção despertada pela imagem de alta resolução e sonorização especial são alguns dos atrativos para os aficionados por cinema

Silvia Palma
Para o Jornal Folha de Videira
Edição: 06/02/2010

Inaugurado a pouco mais de três anos, o Cinema de  Videira tem um frequentador que gaba-se em dizer que assistiu praticamente todos os filmes que entraram em cartaz, até hoje. E olha, que toda a semana tem uma média de 3 ou 4 filmes em exibição, nas duas  salas do Grupo Cine . O dentista Duval Dornelles, faz questão de declarar-se um apaixonado pela sétima arte. “Gosto de todos os gêneros.  Venho de 3 a 4 vezes na semana e assisto de tudo, até as produções infantis”, conta.
A paixão pelo cinema surgiu na vida de Dornelles, na década de 50, quando ainda morava em Porto Alegre, cidade onde nasceu.  Naquela época a diversão preferida do menino era freqüentar  os cinemas da capital gaúcha e observar a emoção de quem assistia os filmes. “Até hoje sou assim. Sento sempre  na primeira fileira e sou sempre o último a sair. Fico observando a reação  e a fisionomia das pessoas, porque acho mágico o poder de alegrar e emocionar que o cinema tem”.


O dentista recorda que quando chegou a Videira, há mais de 3 décadas, a cidade atraía centenas de pessoas nos fins de semana, para assistir Elvis Presley e o rei Roberto Carlos, na telona do Cine Guarani, primeiro cinema instalado na cidade. Quando o espaço foi fechado em 1993, por falta de público, Dornelles sentiu tanto, que foi o último a se despedir da sala de exibição. 

Quatorze anos mais tarde, em 2007, quando o Grupo Cine inaugurou as duas salas no Videira Shopping, ele foi o primeiro a comprar o ingresso para a sessão de estréia. “ A sala 1 estava lotada para assistir o filme 300 de Esparta. Quando a sessão acabou, todos se levantaram e bateram palmas, tanto pelo filme que era bom, quanto pela felicidade de Videira ter novamente um cinema. Foi emocionante!”, relembra.


Dornelles diz, que quando era jovem costumava anotar todos os filmes que assistia. Quando chegou perto dos mil, desistiu, mas na memória traz várias cenas marcantes. A mais recente, que  faz questão de registrar é uma das cenas finais do filme Avatar, considerado a melhor bilheteria dos últimos tempos. “Já vim assistir duas vezes e fico fascinado com a lágrima da personagem principal ao sentir que pode perder o amor dela. Ela não é humana, é uma alienígena, mas aquela lágrima é real, só pode ser”.


CINEMA É TEMA DE VÁRIAS COLEÇÕES
A paixão do dentista  pelo Cinema vai além de freqüentar as sessões. Em casa, ele coleciona milhares de revistas, cartazes, fotos, discos e álbuns de figurinha de artistas e personagens de filmes. A coleção é tão grande que ele comercializa pela internet, para vários países. “Já vendi mais de dois mil itens. Um dos últimos foi um álbum de figurinhas do filme Cleópatra, com Elizabeth Taylor. O comprador era do Japão”, aponta.

Questionado sobre a coleção de filmes, responde que tem vários títulos, mas não costuma assistir em casa. Segundo ele, o prazer está  na tela grande, na sonorização que o cinema tem e na oportunidade de fazer novas amizades com quem  freqüenta os filmes. “Acho um disperdício termos um cinema e ficarmos enfiados em casa. Se fosse por mim todas as locadoras fechariam as portas”, polemiza.

SÉTIMA ARTE ATRAI APAIXONADOS DE TODA A REGIÃO
A gerente do Grupo Cine – Noeli Tofolli conta que Dornelles de fato é um dos frequentadores mais assíduos do cinema. Segundo ela, o dentista é tão incentivador, que muitas vezes ele nem tem interesse no filme, mas compra o ingresso, entra na sala, dá uma olhada e sai, contribuindo com a movimentação da bilheteria.


Assim como ele, Noeli destaca a presença constante de pelo menos outros 15 espectadores de Videira e de cidades da região. “Temos muitos clientes de Caçador, Fraiburgo, Tangará e outras cidades da região, que religiosamente marcam presença. São pessoas que gostam da emoção de assistir filme em uma tela gigante, com som e acomodações especiais”.




Os fins de semana e a quarta-feira, quando todos pagam meia entrada, são os dias de maior movimento e quando as duas salas, uma de 171 e a outra de 129 lugares, costumam encher. Ela conta, que alguns filmes, fizeram mais sucesso entre os clientes e cita como exemplos a Era do gelo, Hary Potter, Homem Aranha, Lua Nova e mais recentemente Avatar, filme que ainda está em cartaz. “Sem dúvida esses filmes foram os recordistas de público, porque atraíram tanto adultos quanto crianças”.

Para garantir a frequencia e fidelizar ainda mais a clientela, a gerente formou um “mailing” e toda semana, dispara para os e-mails cadastrados, a programação da semana. “Essa é uma forma indireta de convidarmos os clientes e tem sido muito eficiente”, diz destacando que os interessados em receber a programação devem se cadastrar na bilheteria.