sexta-feira, 12 de março de 2010

DEDICAÇÃO


AJUDANDO A MANTER A CIDADE LIMPA
Trabalho da servidora Carmelinda Mariano já soma mais de duas décadas nas ruas de Videira


Silvia Palma
Para Jornal Folha de Videira
Edição: 27/02/2010

Mais de 20 anos dedicados à limpeza da cidade. Essa é a história da funcionária pública da Prefeitura de Videira – Carmelinda Mariano de 63 anos. Atarjetória é narrada com orgulho pela senhora  que começou a prestar serviços para  município no final da década de 80, durante a gestão do prefeito Clóvis Dal Vesco. “Era contratada e mais tarde passei no concurso. Por cerca de 15 anos varri as ruas da cidade e colaborei para deixar a cidade mais bonita”, relembra a morado do bairro Vila Verde.
Há 6 anos, por causa das limitações da idade e pela ausência de mulheres no serviço pesado, dona Carmelinda foi transferida para o setor de limpeza do terminal Urbano no Centro da Cidade. As novas tarefas são desenvolvidas com dedicação pela servidora, mas ela afirma que sente saudades de circular pelas ruas. “Eu era vista com admiração por algumas pessoas, porque subia nos caminhões com outros homens, capinava,  roçava, varria e fazia o serviço de igual para igual. Era uma época de respeito, onde fiz muitos amigos”.
Com o trabalho de limpeza, Carmelinda que é separada há vários anos, criou sozinha os cinco filhos e também ajuda a criar  16 netos e 9 bisnetos. “Todos moram perto de mim. É um tal de vó daqui e vó dalí, que as vezes fico atordoada”, brinca.



VANDALISMO É A PIOR PARTE
Nos 21 anos de serviço prestados ao município, a servidora da Prefeitura lamenta que pouca coisa mudou quando o assunto é jogar lixo na rua e vandalismo com o patrimônio público. Segundo ela, depois que começou a trabalhar no Terminal Urbano se depara ainda com mais frequencia com a falta de respeito de algumas pessoas. “Tem gente que joga lixo na rua e nem se preocupa se está deixando a cidade feia ou se tá contribuindo para entupir bueiros. E piores são os vândalos que destroem vasos sanitários, portas, descargas, bancos e tudo que vêem pela frente no Terminal, durante a madrugada. Isso é um desrespeito com Videira”, protesta.

 UMA SOBREVIVENTE DA ENCHENTE DE 83
Instigada a lembrar um fato marcante durante a vida em Videira, Carmelinda Mariano não hesita: - “Ah, foi a enchente de 83. Aqueles dias mudaram nossas vidas”.

A lembrança de dona Carmelinda se refere a um dos maiores desastres climáticos que Videira já sofreu. A chuva registrada durante vários dias em julho de 1983, levou embora não apenas a maior ponte da cidade, a Aderbal Ramos da Silva, mas também dezenas de casebres instalados às margens do Rio do Peixe. Relatos da época apontam as águas do rio do Peixe subiram 10,25 metros acima do nível normal, atingiram 248 famílias e mais de 1.500 pessoas se transformaram em flagelados, do dia para a noite. Muitos perderam tudo e tiveram que recomeçar do zero, com ajuda da comunidade. 




Foi o caso da família da servidora pública, que foi retirada às pressas de casa, junto com os filhos. O local para onde foram levados, daria início a um novo bairro: a Vila Verde, onde mora até hoje. “Ajudei roçar e abrir espaço para nos abrigar. Recebemos ajuda do Exército que instalou centenas de barracas verdes, para alojar as famílias, surgindo daí o nome da Vila Verde”, explica.

A boa lembrança da época fica por conta da solidariedade dos videirenses e do empenho do poder público em ajudar os desabrigados. ‘Perdemos tudo, mas fomos tratados com solidariedade pelos videirenses que mandaram doações de roupas e de comida até que ajeitássemos nossas vidas novamente”.

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